O cuidado com idosos acamados ou com algum grau de imobilidade é uma tarefa muito delicada, que requer muita atenção e máxima dedicação dos familiares.
O estado de saúde de um idoso está relacionado diretamente com o trabalho e o nível de atenção que deve ser dado a ele. Algumas vezes uma pessoa da família fica responsável pelo idoso ou existe um rodízio entre os parentes, o importante é jamais deixar essa pessoa desassistida e que o responsável pelos cuidados com o idoso conheça algumas informações importantes a respeito de alimentação, prática de exercícios e tratamento de feridas.
As famílias que têm dificuldade, pouco tempo possível para se dedicar ao cuidado e pouco informação para fazê-lo tem a opção de contratar uma pessoa profissional da área para realizar o serviço. Nesse caso deve-se procurar por um cuidador de idosos que atenda as necessidades apresentadas pelo paciente.
O envelhecimento afeta a massa muscular, a força, densidade óssea e pode fazer com que as articulações fiquem mais rígidas e menos flexíveis devido à redução da espessura da cartilagem. Isso pode gerar a imobilidade dos idosos, dependência e até ocorrência de acidentes domésticos, o que vem a ser muito perigoso nesse momento da vida.
A imobilidade é a perda total ou parcial da capacidade individual de deslocamento e de manipulação do meio. Habitualmente é a consequência final das outras grandes síndromes geriátricas. É, sem dúvida, a grande ameaça representada pelo “envelhecimento”.
A maioria das pessoas associa imobilidade à velhice, como se houvesse uma relação direta de causa e efeito. O fato é que a imobilidade é sempre consequência de problemas graves de saúde. Todavia, “imobilidade gera imobilidade”, levando ao ciclo da dependência, que pode ser temporária ou permanente. Na maioria das vezes, é considerada um processo irreversível e terminal, com poucas intervenções a serem feitas.
Vale lembrar que o idoso acamado está em uma situação que necessita de muitos cuidados específicos, pois a privação do movimento do corpo, entre outras coisas, pode gerar um quadro de escaras, edema, desnutrição, atrofia dos músculos, infecções e diversos outros problemas.
As principais causas:
A imobilidade pode ocorrer de forma aguda ou crônica. A forma aguda tem como causa predominante as doenças de instalação súbita:
- quedas
- fratura do fêmur
- acidente vascular encefálico
- pós-operatório complicado
- descompensação cardíaca aguda
- processos infecciosos, que são condições agudas passíveis de tratamento e/ou reabilitação total.
A imobilidade crônica pode dar seguimento às causas agudas ou na fase avançada de doenças crônico-degenerativas, como a doença de Alzheimer, doença de Parkinson, osteoartrite, insuficiência cardíaca ou respiratória, entre outras causas. Estima-se que 30% a 40% dos idosos internados desenvolvem algum tipo de imobilidade após a internação hospitalar, independentemente da causa da internação. É importante lembrar que, o uso de medicamentos potencialmente inapropriados para idosos, principalmente os benzodiazepínicos, são fatores de risco frequentes, que devem ser pesquisados rotineiramente.
As principais complicações:
A imobilidade está associada à cascata da dependência, pois é autoperpetuante, na medida em que traz profundas alterações em praticamente todos os sistemas fisiológicos principais. Todas as complicações da imobilidade podem gerar ou agravar ainda mais a imobilidade. As principais causas de óbito são a falência de múltiplos órgãos, pneumonia, embolia pulmonar e a septicemia.
Ademais, o custo associado à imobilidade é elevado. Esses pacientes demandam assistência multidisciplinar diferenciada, cuidados 24 horas, além de adaptação ambiental, dispositivos de ajuda, camas, oxigenioterapia, sondas, aspiradores, cateteres, nutrição enteral, etc.
Ressalva: A imobilidade muitas vezes não pode ser evitada, mas muitos efeitos adversos podem ser prevenidos por meio de intervenções estratégicas.
A imobilidade pode ser classificada conforme a capacidade de locomoção ou deslocamento do indivíduo, que inclui a capacidade de andar sem e com ajuda, transferir-se (levantar-se sozinho e mudar de posição), sentar-se, mudar de decúbito e movimentar os membros. Pode ser parcial ou total. Entretanto, o termo acamado é pouco definido. Considera-se idoso acamado aquele que não consegue mais sustentar o tronco na posição sentada, ou seja, a partir da imobilidade parcial grau III. O idoso com imobilidade total apresenta alto grau de dependência em AVDs básicas e não consegue mais alimentar-se sozinho, sem ajuda (dependência completa).
Quando se tem um familiar ou idoso acamado, a tendência é pensar que não existe mais nada a ser feito, além de investir em cuidados que melhorem o desconforto e evitam ferimentos. Porém, este é um mito que muitas vezes pode prejudicar seu ente querido. Há muitos profissionais da fisioterapia especializados no tratamento destas pessoas, diminuindo assim os desconfortos causados pelos longos períodos na mesma posição.
Além disso, o cuidador ou familiar (que esteja bem orientado) pode ajudar o idoso nesses exercícios.
Quando falamos de imobilidade, existem níveis e classificações, vamos a elas:
Graus de imobilidade:
Grau 1: necessita de suporte para locomoção (andador ou cadeira de rodas), mas consegue fazer transferência e permanecer sentado sem ajuda.
Grau 2: o idoso é capaz de permanecer sentado sem suporte e de movimentar os braços, mas não é capaz de se levantar da cadeira e de permanecer em pé, sem auxílio.
Grau 3: o idoso é capaz de rolar na cama, mudar o decúbito e movimentar membros. Nesta fase, o idoso já é considerado acamado.
Grau 4: o idoso não é capaz de fazer transferência nem de sustentar o tronco na posição sentada. Consegue movimentar membros com dificuldade, mas não é capaz de fazer mudança de decúbito.
Grau 5 ou imobilidade total: o idoso não consegue realizar qualquer movimento, incluindo a movimentação dos membros.
Orientações de cuidado:
A abordagem terapêutica da imobilidade, aliada aos exercícios tem como objetivos principais a reversão da limitação, quando possível, e a prevenção de complicações da própria imobilidade, evitando assim, o ciclo da dependência. É de extrema importância que haja participação do idoso, de sua família e do cuidador em todo o processo terapêutico. Devem-se conhecer as capacidades e limitações do idoso, estimulando o máximo de independência conforme seu potencial funcional e nunca substituir qualquer tarefa que o idoso ainda consiga realizar, mesmo que a execução seja lenta.
Os exercícios são fundamentais para melhorar a qualidade de vida, manter a elasticidade da pele e a força dos músculos, além de melhorar a articulação e facilitar a movimentação, mas lembre-se, é importante não forçar o idoso e respeitar os limites de seu corpo.
Para se ter mais segurança na realização destes exercícios, é importante ter o acompanhamento de um fisioterapeuta ou uma pessoa capacitada.
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