Em Meu Pai, um homem idoso recusa toda a ajuda de sua filha à medida que envelhece. Ela está se mudando para Paris e precisa garantir os cuidados dele enquanto estiver fora, buscando encontrar alguém para cuidar do pai. Ao tentar entender suas mudanças, ele começa a duvidar de seus entes queridos, de sua própria mente e até mesmo da estrutura da realidade.
Baseada em uma peça de teatro, a trama de Meu Pai acompanha Anthony (vivido por Hopkins) que, aos 81 anos, mora sozinho em seu apartamento em Londres e recusa todos os cuidadores que sua filha, Anne (interpretada por Olivia Colman), tenta impor a ele.

Mas quando a filha se muda para Paris, após conhecer um homem, Anthony começa a duvidar de seus entes queridos, de sua própria mente e até mesmo da sua realidade, ao sofrer com memória e demência.
No blog Adoro Cinema, descobrimos que o protagonista de Meu Pai se chama Anthony e nasceu em 31 de dezembro de 1937. Tanto o nome quanto a data de nascimento são os mesmos de Anthony Hopkins – o que não é mera coincidência. A decisão de equiparar os dados do personagem e do ator partiu do próprio diretor do filme, Florian Zeller. Em entrevista ao jornal The Guardian, o francês explicou a escolha: “Foi uma maneira de tornar minha ideia irreal um pouco mais realista.”
Zeller conta que, originalmente, o idoso interpretado por Hopkins se chamaria André e que o astro se mostrou “ligeiramente envergonhado” com a mudança. “Ele me perguntou: ‘Você tem certeza?’ Eu disse a ele que era importante. Eu queria que não houvesse necessidade de atuação, para que ele ficasse dominado por suas próprias emoções, medos e moralidade”, ressaltou o diretor. Ele acreditava que, assim, Hopkins poderia se conectar com seus sentimentos pessoais e imprimir isso em sua performance – por mais doloroso que fosse, como bem lembrou Zeller.
Por mais que Anthony Hopkins seja um ator monstruoso, este fato contribuiu no resultado da atuação do ator, que foi premiado com a estatueta.
Neste filme o diretor Florian Zeller, propositadamente, bagunça com a nossa mente e nos deixa confusos assim como o personagem Anthony, sem saber o que era real ou imaginação. Assim como o personagem, a gente quer retomar o controle da história, mas não consegue. Não é uma sensação boa. E desta forma ele consegue transmitir o sentimento do que é a doença.

Em entrevistas, Zeller afirma que essa era sua intenção, que o telespectador entrasse no mesmo labirinto do personagem.
Para o portal Entertainment Tonight, Olivia Colman, atriz que interpretou a filha de Anthony, contou sua reação ao ler o roteiro criado por Zeller. “Foi a primeira vez que experimentei algo escrito desse ponto de vista”, observou ela, em referência à construção do filme a partir da perspectiva de um idoso vítima de demência. “Foi muito bom entender de onde a confusão pode vir e dar sentido a ela porque você está tão confuso quanto”, completou a atriz, que encarna Anne, a filha zelosa de Anthony em Meu Pai.
O crítico Benjamin Lee, do jornal inglês The Guardian, escreveu que todo ano somos assustados por filmes de terror e suspense, mas que este ano o filme mais apavorante nem pode ser classificado assim. Meu pai, diz o crítico, “é uma história que vai nos assustar por semanas”.
O filme estrelado por Anthony Hopkins se encontra disponível apenas para compra, em plataformas digitais como YouTube, Now, Apple TV e Google Play, por R$ 29,90. E vale a pena cada centavo! A versão para aluguel será disponibilizada em 28 de abril. Ele não está disponível na Netflix.
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